oficinas 8ª edição

Datas: 29 a 31 de julho de 2022.
Horários: 29 de julho – das 14h às 17h;
30 e 31 de julho – das 9h às 12h.

A Arte do ReConhecimento, com Marcela Bonfim (RO)

Local: Mercado Eufrásio Barbosa (Av. Sigismundo Gonçalves, s/n, Varadouro);
Vagas: 20 (acesse o formulário de inscrição até 15 de julho);
Classificação etária: 18 anos.

Trata-se de uma experiência imagética que busca exercitar a descolonização do pensamento fotográfico a partir do estímulo à formação de narrativas e da aproximação entre a “estória da imagem” e a história do autor. Em três dias, pretende-se estimular exercícios práticos em que o foco se dará principalmente na ressignificação dos processos fotográficos de cada participante, envolvendo: dinâmica de grupo, campo fotográfico, apresentação de estórias e iniciação de portfólios. Busca promover um ambiente de ressignificação da imagem a partir do exercício de percepção de: onde seus olhos “olham”? O que isso diz sobre você? O que fazer com tudo isso?

Marcela Bonfim: Formada em economia pela PUC-SP, a militante pela causa das populações negras e povos tradicionais era outra Marcela até os 25 anos. Ela se considerava uma negra embranquecida, acreditava no discurso da meritocracia; e vestia por cima da pele alguns disfarces para ser aceita. Acreditou em um mundo possível, com portas abertas e livre circulação, sem nenhum impedimento. Mas ela se enganou e foi durante a busca pelo primeiro emprego que o mundo dela ruiu e os disfarces não funcionavam mais, a cor da sua pele agora estava à mostra. Já em Rondônia, para enfrentar sua negritude, Marcela Bonfim comprou uma câmera fotográfica, em 2012, e começou a fotografar homens, mulheres, crianças, jovens e velhos negros e negras na Amazônia em comunidades quilombolas, rituais de terreiros de candomblé, festejos religiosos, penitenciárias. O registro também buscou retratar o negro em seu emprego, na grande maioria exercido em atividades domésticas. As lentes também captaram a resistência pela preservação da cultura e costumes e a beleza da estética negra. A fotografia foi um resgate da própria identidade de Marcela enquanto mulher negra e foi na Amazônia que ela “enfrentou” a cor de sua pele. Em seu trabalho, ela aborda a questão: quanto tempo demora, o negro, para se firmar nesse mundo (in)visível?

Foto: Maurício Pokemon

Horizontes do Agora, com Maurício Pokemon (PI)

Local: Mercado Eufrásio Barbosa (Av. Sigismundo Gonçalves, s/n, Varadouro);
Vagas: 20 (acesse o formulário de inscrição até 15 de julho);
Classificação etária: 14 anos.

Possibilidades em processos criativos compartilhados; a imagem como pretexto para a abordagem e ação no contexto; linguagens artísticas em trânsito; a fotografia relacional; ética e estética. Tem como objetivos refletir sobre contextos locais a partir da imagem, compor um experimento gráfico coletivo, ampliar entendimentos sobre as possibilidades com a imagem, praticar diálogos sobre o que se cria, aprofundar discussões sobre desejos, sonhos, imaginários e memória e ampliar referências de cadernos e fanzines.

Maurício Pokemon: Skatista, artista residente do CAMPO Arte Contemporânea, onde pensa a órbita de artes visuais Estúdio Debaixo. Seu trabalho parte de convívios e memória e transita entre imagens. Desde 2015, colabora com a comunidade Boa Esperança, em Teresina (PI), discutindo a alteridade e a representatividade. É performer-colaborador no Original Bomber Crew, com os trabalhos tReta (2019), Suspeit_ (2020) e Vapor(2021). Ganhador do Prêmio Chico Albuquerque de Fotografia 2019 (CE) e do Prêmio Décio Noviello de Fotografia 2020 (MG). Participou de várias exposições coletivas, como À Nordeste, no Sesc 24 de Maio (SP, 2019), e Arte, Cidade e Patrimônio: futuro e memória nas poéticas contemporâneas, no Oi Futuro (RJ, 2021). Atualmente pesquisa como o imaginário sobre a Batalha do Jenipapo, que completa 200 anos em 2023, molda e reforça o lugar de herói do nordestino.

Foto: Li Vasc

As plantas sentem: estudos de antotipia e autorretrato, com Li Vasc (PB)

Local: Casa Estação da Luz (Rua Prudente de Moraes, 313, Carmo, Olinda);
Vagas: 20 (acesse o formulário de inscrição até 15 de julho);
Classificação etária: 14 anos.

No decorrer da oficina buscamos, por meio de exercícios com a antotipia, responder aos seguintes questionamentos: Como escrever a si, em um retrato fotográfico que utiliza a natureza como suporte? Quais as outras formas de entendimento de si, para além das selfies em dispositivos móveis? Em que medida podemos ensinar fotografia e escrita, por meio de uma sensibilização com as plantas? A parte teórica da oficina oferece ao participante um panorama das produções artísticas que utilizam a natureza como suporte ou linguagem nas suas poéticas. A parte prática concentra-se na produção de imagens com a técnica da antotipia por parte dos alunos e sob acompanhamento. Li Vasc todos os processos para que os alunos possam desenvolver as suas séries e pesquisas utilizando a linguagens de forma separada ou hibridamente. Ao fim da oficina, cada aluno terá direito a uma mentoria individual para desenvolver uma pequena série.

Li Vasc: Artista visual e mestre em literatura e interculturalidade. Atua também como professora em cursos online na área da antotipia e cianotipia, além de ministrar aulas sobre a relação entre fotografia e literatura. Participou de exposições em diferentes estados brasileiros, bem como na Colômbia e em Portugal. Desenvolve trabalhos com instalações, serigrafias, performances e desenho expandido em cianotipias e antotipias. Considera que toda palavra é imagem. Passou a captá-las das ruas, criando uma espécie de letreiro/cidade. Para a artista, toda obra inicia na palavra, nos rascunhos e nos gestos, constituindo a fotografia como um espaço artesanal de criação e experimentação.