| Quinta (13) e sexta-feira (14), junto com as projeções, a partir das 18h30.
| Mercado Eufrásio Barbosa (Largo do Varadouro, s/n, Varadouro, Olinda).
Quinta-feira (13/3)
Fabricações poéticas do dispositivo fotográfico
Dirceu Maués (PA)

A fotografia pinhole, conhecida por sua simplicidade técnica e pela ausência de lentes, abre um vasto campo para a exploração de processos criativos. A partir de uma prática artística centrada na experimentação com dispositivos fotográficos, iniciada em 2003 com a construção e utilização de câmeras artesanais pinhole, esta apresentação propõe discutir a fotografia à luz dos conceitos de individuação, objeto técnico e invenção desenvolvidos por Gilbert Simondon.
Palestrante
Dirceu Maués vive entre Belo Horizonte e Montes Claros. É artista visual intermídia, doutor em Artes pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG, 2022), Mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Universidade de Brasília (2015) e Bacharel em Artes Plásticas também pela Universidade de Brasília (2013). Atualmente é professor no curso de Artes Visuais da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Atuou como fotojornalista nos jornais impressos de Belém do Pará, entre os anos de 1997 e 2008. Desde 2004 desenvolve trabalho autoral nas interconexões entre a fotografia e outras linguagens artísticas (vídeo, instalações, intervenções urbanas, desenho e pintura), buscando discutir a questão da tecnologia através da invenção e utilização de dispositivos precários.
Arquivos Potenciais: ativar e imaginar novas visibilidades
Maria Vaz (MG)

Qual é o potencial da imaginação, da fabulação e da criação em desafiar e expandir as visibilidades estabelecidas pelas narrativas oficiais? Como os acervos institucionais de um território podem ser apropriados e ativados e quais são as contribuições das artes visuais para a sua potencialização? Esta conversa é uma chamada à imaginação, à fabulação e à construção de novas narrativas e imagens desde os arquivos, ou do que lhes falta.
Palestrante
Maria Vaz é artista visual e pesquisadora, doutoranda e mestra em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Em seus trabalhos trata das relações entre memória, território e imaginário, através de fabulações críticas e poéticas, interseções entre imagem e palavra e o uso de arquivos públicos e privados. Foi indicada ao Prêmio PIPA 2023, contemplada pelo XVI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, selecionada pelo 9º Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger e pelo 10º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia e participou de diversas exposições no Brasil e no exterior. Em 2023 foi premiada com a publicação do fotolivro Ilustríssimos, pela editora Porto de Cultura. É membro dos coletivos Women Photograph e Mulheres Luz e co-fundou o duo Paisagens Móveis, em parceria com Bárbara Lissa, com foco em temáticas que envolvem meio ambiente e ecocrítica. Com o duo realizou as individuais Quando o tempo dura uma tonelada e Três Momentos de um Rio, publicou os fotolivros Três Momentos de um Rio, pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, e Óris, pela editora Selo Turvo. Também com o duo foi selecionada pelo 8º Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger.
Sexta-feira (14/3)
Todo mundo tem uma história para contar
Erika Tambke (RJ)

A fotografia popular é um movimento que documenta espaços e eventos populares a partir de uma intimidade dos autores com seus temas. Desenvolver uma relação de confiança e cumplicidade com as pessoas retratadas é central como metodologia. A fotografia é um grande meio para se contar e viver uma história, porque a elaboração de ensaios fotográficos se impulsiona a partir de um aprofundamento de relações e emoções, o que incorpora camadas à narrativa. Não há pressa para se contar uma história, há muitas idas e vindas. Vamos falar desse processo e apresentar exemplos da fotografia popular.
Palestrante
Erika Tambke é fotógrafa e professora, doutora em Mídias e Mediações Socioculturais na Escola de Comunicação/UFRJ e mestre em Latin American Cultural Studies/Visual Culture pela Birkbeck/University of London. Coordenadora do Programa Imagens do Povo/Observatório de Favelas (2023). Nomeadora do World Press Photo entre 2018 e 2021, participou do júri do Prix Photo da Aliança Francesa em 2020. Pesquisa a Fotografia Popular e é membro do Coletivo Favela em Foco e Fotografia Periferia e Memória.
Quando a caixa da noite foi aberta
Mitsy Queiroz (PE)
Apresentação de um ensaio que entrelaça os saberes e a cosmologia da pesca artesanal com os processos criativos da fotografia analógica. Por meio de paisagens que evocam diferentes experiências do tempo, a reflexão percorre os fenômenos da espera como devir e as percepções sobre a imprevisibilidade das imagens – ou das criaturas – que emergem das profundezas dessa “caixa preta” que é o mar.
Palestrante
Mitsy Queiroz é artista e pesquisador em processos experimentais de fotografia analógica, interessado na opacidade da imagem latente e seus mistérios, encoraja as afirmações do erro como fenômenos de ruptura e gestão da liberdade. Suas práticas refletem sobre a percepção do tempo, a transformação dos corpos e a conexão com a pesca artesanal. Atualmente, observa a relação de parentesco entre peixes e gentes, os movimentos de migração e a manifestação dos encantamentos entre as águas e a terra. Mitsy Queiroz é Mestre em processos criativos e sua abordagem multidisciplinar se destaca pelo envolvimento em práticas educativas e projetos colaborativos. Como artista visual, atua desde 2012, participando de mostras, salões, feiras de arte, programas de comissionamento de obras para galerias de arte e museus nacionais, residências artísticas, projetos de financiamento público e participação em importantes acervos como o da Pinacoteca de São Paulo.
INFORMAÇÕES
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