Retrato Oco, de PV Ferraz(PE), é uma das duas obras vencedoras da Ciranda Fotográfica na 10ª edição do Pequeno Encontro da Fotografia. A seguir, apresentaremos esse trabalho aqui no site do festival, o que faz parte do prêmio oferecido aos que foram eleitos pelo público, junto com impressões no tamanho A4 em canvas ou papéis formatados, em parceria com o ADI – Atelier de Impressão, e um kit de fotolivros.

Retrato Oco é um projeto de fotografia multimídia que explora a relação entre identidade, ausência e memória. A série apresenta retratos digitais onde os rostos são substituídos por vídeos em movimento, criando um diálogo entre o real e o simbólico. Elementos como fogo, água, folhas e galhos ocupam esses vazios, refletindo o fluxo do tempo e a desconstrução da individualidade em um mundo saturado de imagens e representações. A obra questiona a construção do eu na era digital, refletindo sobre o impacto das imagens e das representações visuais na subjetividade.
Retrato Oco é um projeto de fotografia multimídia que explora a relação entre identidade, ausência e memória. A série apresenta retratos onde os rostos são substituídos por imagens e vídeos em movimento, criando um diálogo entre o real e o simbólico. Elementos como fogo, água, folhas e galhos ocupam esses vazios, transformando os retratos em um organismo vivo, refletindo o fluxo do tempo e a desconstrução da individualidade. A obra questiona conceitos como a presença, o vazio e a memória investigando sobre o impacto das imagens e das representações visuais na percepção da subjetividade.
“Quando olhamos nos olhos do mundo, o mundo nos olha de volta? O Retrato Oco é sobre atravessamentos, sobre lacunas, sobre a estranha presença do vazio. É como se cada retrato respirasse. Cada rosto sem face pulsa, dança, se dissolve – e nos devolve uma pergunta sobre o que sentimos diante do desconhecido”, diz o artista.
O trabalho parte da fotografia como base para uma investigação poética sobre o corpo, o tempo e o silêncio. Em constante trânsito entre linguagens, Retrato Oco pode ser exibido como série fotográfica, videoprojeção ou instalação multimídia. Cada retrato é ambientado em cenários diversos – mercados, praças, vales ou interiores domésticos – sempre envoltos por elementos que reforçam a dualidade entre presença e ausência, entre o que se vê e o que se sente. O ensaio convida a olhar para o vazio não como falta, mas como parte do que compõe a experiência sensível da vida.
“Retrato Oco nasceu de inquietações íntimas e foi ganhando corpo aos poucos. A obra está em trânsito, em construção permanente. Tudo isso mantendo um eixo central: escavar a imagem para ressignificar o invisível”, conta PV.
O projeto teve sua primeira exposição na Torre Malakoff, no Recife, entre abril e junho de 2024, onde recebeu mais de 3 mil visitantes. Em seguida, foi levada para a cidade de Arcoverde como parte do festival Pernambuco Meu País, e atualmente integra a Bienal de Fotografia de Casale Monferrato, na Itália.
PV Ferraz é cineasta, artista multimídia e pesquisador que transita entre a fotografia, o audiovisual e as artes visuais. Sua pesquisa investiga identidade, ausência e memória, utilizando fotografia, vídeo e experimentação espacial. Em 2024, apresentou a exposição multimídia Retrato Oco na Torre Malakoff. No audiovisual, Ferraz dirigiu o premiado Redoma (2021), selecionado para mais de 30 festivais internacionais, e o documentário Buchada (2024), disponível na Globoplay, onde explora a culinária nordestina e suas conexões culturais e afetivas. Com um olhar sensível para narrativas visuais e culturais, Ferraz alia pesquisa e experimentação para expandir as fronteiras entre imagem e memória, buscando inovação artística e diálogo com o contemporâneo.








