Ionaldo Rodrigues | Belém, PA

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Trabalho desde 2010 como funcionário público numa fundação do Estado. Em 2014, um colega de setor recebeu do pessoal do almoxarifado uma caixa de slides encontrada lá sem registro de entrada.

Não eram reproduções de livros de história da arte ou de história da fotografia, preparadas no passado da instituição para uso didático nas oficinas de arte e ofício. As imagens coloridas, de fato, mostravam o que os suportes já indicavam nas inscrições à caneta e carimbo: uma nova feira na Cidade Nova fotografada por alguém a serviço da Companhia de Habitação do Estado (Cohab).

Digitalizo atualmente o arquivo fotográfico analógico da fundação. Três anos depois do arquivamento da caixa de slides, retornei às imagens, percebendo que com a reprodução e impressão delas seria possível estabelecer um encadeamento na aleatoriedade da projeção de slides sem numeração, autoria e datas.

A edição dessa reprodução impressa das imagens levou ao livro. O processo do livro e a ativação do documento original (projeção dos slides) junto aos seus documentos auxiliares de indexação levaram a proposição de uma instalação fotográfica. Livro e instalação possuem o título manuscrito no suporte do documento: “C Nova Feira”. Entre a percepção de uma sucessão de imagens que acendem e apagam e a montagem de uma publicação, um expediente de indexação do passado.

_{Confira outras obras selecionadas para o Espaço do Livro na 7ª edição do Pequeno Encontro da Fotografia.}