Ana Sabiá | Florianópolis, SC










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Assim como nos sonhos, onde as imagens se diluem, deformam, dissipam e se transfiguram, “O sonhário da Srª. M.N.” revela-se múltiplo. Sonhário, à semelhança do diário, é um livro pessoal no qual escreve-se sonhos sonhados, em busca de capturar seus símbolos e metáforas para, posteriormente, decifrá-los. A Srª M.N. (Maria Ninguém), mulher anônima, brasileira, mistura de dor e alegria, é a escritora deste sonhário.
O oceano, explícito nos filmes oníricos de Fellini, é o palco simbólico do mergulho, do movimento, da correnteza, da vastidão e do abissal que nos habita.
Neste universo, misturados, sobrepostos, fragmentados e reunidos, encontramos referências imagéticas que se entrecruzam, amalgamam, diferenciam e tecem: as sonhadoras, divertidas e críticas fotomontagens de Grete Stern com o panorama histórico-cultural do “Oráculo da Noite” de Sidarta Ribeiro; alguns dos relatos de sonhos em tempos pandêmicos de milhares de pessoas ao redor do mundo, coletados no site “I dream of covid”, com as enigmáticas inscrições documental-fictícias similares às das fotos de Duane Michals.
“O sonhário da Srª. M.N.”, como diria Conceição Evaristo, é sua escrevivência, seu mergulho e afogamento diários. Sua boia de salvação na concreta vigília.
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