Nhak-krarati

Daniela Pinheiro | Pelotas, RS

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O ensaio fotográfico “Nhak-krarati” parte da vivência e conexão com a indígena Nhak-krarati do povo Mebêngôkre Kayapó, no 18º Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília, no ano de 2022.

Nossa relação se deu através do afeto e da arte, não nos entendíamos pela fala, assim nos conectamos pela fotografia e pela pintura corporal. À medida que Nhak-krarati ia traçando o jenipapo em meu braço, eu tentava ao mesmo tempo, fotografar e filmar. Com a pandemia, muitos de nós perdemos o toque pela pele, nesse momento, de certa forma, retomava esse toque. No final da pintura, quando senti mais profundamente Nhak-krarati pedi a ela um retrato seu, e logo o fiz. A partir daí estabelecemos uma relação que nos acompanhou até o final do acampamento.

Através de Nhak-krarati tive a oportunidade de acompanhar as mulheres Kayapó, em um dos atos que fizeram parte da programação do ATL. Estar com a máquina junto a elas, me proporcionou sentir a ancestralidade de nossa terra.

As mulheres Mebêngôkre Kayapó são conhecidas como mulheres guerreiras que estão sempre na linha de frente nas lutas pela justiça, proteção de seus territórios e na defesa dos direitos individuais e coletivos. Sua casa é a Floresta. Elas moram no sudoeste do estado do Pará e no norte do Mato Grosso, vivendo na área de transição entre o cerrado e a Floresta Amazônia. Presenciar junto as indígenas Mebêngôkre Kayapó  a manifestação de suas vozes contra a agenda anti-indígena do Governo Federal, fez com que materializasse esse ensaio fotográfico.

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