Elysangela Freitas | Recife, PE




















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Para lidar com o caos, a humanidade procurou compreender a regularidade da natureza e isso nos ajudou a chegar até aqui. Mas, todas as coisas, tendo surgido, desaparecem. Parte essencial da vida, a transitoriedade de todos os elementos existentes é uma fonte de sofrimento para todos nós, fazendo parte das angústias e inquietações de nosso cotidiano.
Daí a importância dos sonhos para tentar elaborar o caos que nos cerca, porque, no sonho, como num retrato falado, cada história é feita da recombinação das peças do passado para tentar compreender o futuro, nos dando um horizonte de futuros possíveis.
Quando sonhamos com intenção podemos viajar no tempo, criar e narrar histórias. Procurar caminhos de fazer, unir os fragmentos até recuperar a unidade, algo que vivemos com o corpo. E, através da reiteração da narrativa, o desejo individual pode se transformar em um desejo coletivo.
E como podemos construir histórias sonhadas por meio do ato fotográfico? Existem várias maneiras, tantas quantas forem os sonhadores. Mas escolhi lidar com esse tema a partir do conceito de impermanência. Assim, nos modos de existir da fotografia posso me relacionar com a ação do tempo de uma forma diferente e aceitar que a construção da imagem é um processo de transformação contínuo.
Como método de trabalho: fotografei negativos usando um aplicativo de celular ou um scanner, inverti para o positivo, imprimi as fotos em papel aquarela, colori com pigmentos naturais fotossensíveis, re-fotografei e estou acompanhando as mudanças de coloração.
Considerando que a arte é uma forma de cura e tendo em vista que toda ação possui sempre uma dimensão coletiva, política e espiritual, vamos dançar, cantar, contar e recontar histórias, honrando nossas memórias e lembranças para re-elaborar nosso passado e dá novo sentido ao nosso presente.
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