Maria Vaz | Belo Horizonte, MG

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No Pequeno Encontro de 2019 apresentei o projeto do Memorial de Fachadas e o desejo de realizá-lo assim que fosse possível. Em 2022, contemplado pelo Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, pude finalmente ir à Três Ranchos realizar o que eu ainda chamo de Memorial de Fachadas, agora parte II. Um memorial vivo em que as fotografias de acervo familiar de alguns moradores de Três Ranchos passam a habitar novamente as fachadas das casas que antes abrigaram os que passaram por elas.

A cidade ganhou não só um, mas vários retratos da gente que viveu ali, por muitos e há muitos anos. Para quem conviveu com essas pessoas ou com as histórias delas, essa gente não fala da morte, mas da vida do lugar, das memórias de infância, de um pai querido, dos garimpeiros que movimentaram a cidade com seus sonhos afogados de diamantes, do célebre farmacêutico-médico-prefeito que virou nome de rua na cidade vizinha, do bar que décadas atrás já era bar, no mesmo lugar, mas com outros fregueses.

Em Três Ranchos, o que foi de dentro para fora se acolhe na paisagem da cidade, e quem a observa vê também um pouco do que está ou estava dentro, muitas vezes desejando conhecer mais, querendo entender quem são aqueles e aquelas que fazem vista nas fachadas de algumas casas, quais são suas histórias e porque estão ali, evidentes.

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