Rafael Vilarouca | Icó, CE




















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O trabalho expõe uma história que começa em 2011 quando Roberto, avô do autor, pediu-lhe que levasse uma fotografia sua datada de meados dos anos 1950 para ser colorizada em algum fotopintor de Juazeiro do Norte, principal polo econômico da região do Cariri Cearense reconhecida pela sua tradicional fotografia popular. Na encomenda de colorização da imagem, trajando um terno de linho mal passado, seu retrato no jardim da praça pública em frente à Igreja da Matriz de Lavras da Mangabeira, município no interior do Ceará na fronteira do Cariri onde nasceu em 1931.
A frase que intitula esse trabalho, por sua vez, “Quando o Passado for Presente Lembra-se de Mim no Futuro” foi encontrada escrita no verso de uma fotografia antiga encontrada dentre as diversas imagens fotográficas herdadas pelo autor de seu avô e outros familiares. Uma mensagem escrita com afeição que vaga em sua trajetória temporal, dedicatória que não deixa esquecer sobre as sutis relações do tempo.
O exercício de retomar através de pintura e colagem digital esse material herdado envolve questões que relacionam, em diversos níveis, os arquivos e seu papel como ligação entre memória coletiva e desenvolvimento individual. A fotografia assimilada em nossa cultura como memória e arquivo visual produz um referencial de conhecimento do mundo, seus costumes, cotidianos, símbolos e catástrofes, ao mesmo tempo que denota a forma como agimos e pensamos, influenciando diretamente o comportamento e a mentalidade humana. Por meio desse exercício busca-se reorganizar e imaginar memórias para compreender a interioridade dessas imagens e sua significação no presente em busca de desvendar – e simultaneamente criar, outros e novos mistérios circunscritos para, assim, desprogramar esquecimentos
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