Pequenas Dores Cotidianas

Sonia Gouveia | São Paulo, SP

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O tema da série são as frustrações que enfrentamos em nosso dia-a-dia. De forma metafórica, as imagens representam sentimentos de impotência, perda, decepção, insatisfação, desencanto e fracasso.

“Pequenas Dores Cotidianas” surgiu em um dia particularmente árduo, em que havia mais perguntas que respostas, mais dúvidas que certezas, mais fracassos que sucessos. Haveria alternativas para reverter o desencanto? Não encontrar estas alternativas evoca a sensação de prisão, de estar acorrentado. Ou ainda, a comparação com um aparelho elétrico plugado a uma tomada: uma vez desconectado, perde sua fonte de energia. Esta seria a síntese visual que traduziria aquele sentimento doloroso. Uma dor. Uma pequena dor, que nos visita com frequência. Uma entre tantas outras pequenas dores.

E como um turbilhão, dezenas de outras dores cotidianas começaram a ser identificadas: perda de tempo, falta de coragem, incomunicabilidade, desejos reprimidos, limitações, finitude. Juntas, compõem um mosaico de situações triviais: ficar nervoso com as notícias, não encontrar a chave para sair, derrubar um copo cheio de água, quebrar um ovo ou perder-se no conteúdo do celular. Todas as situações invocam algum grau de decepção e amargor, cujas metáforas e referências se fortalecem como conjunto. A identificação com os sentimentos expressos nas fotografias é natural. No fim, o silêncio é incômodo, mas surge uma nova sensação: a de que estas pequenas dores são comuns a muitos. Não estamos sozinhos.

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