Ale Ruaro | SP
O mundo do trabalho já atravessava transformações profundas nos últimos anos. A digitalização de processos, a concentração de grandes oligopólios via fusões e aquisições, a precarização das relações tradicionais a partir de novos modelos de colaboração parecem modificar a vida em suas diferentes dimensões. Com as políticas de isolamento social implementadas pela Covid-19, a velocidade e intensidade dessas mudanças acentuou-se ao limite: será que os escritórios e, em última instância, a concentração em cidades, faz-se mesmo necessária? Novas formas de organização surgem no horizonte, trazendo possibilidades de êxodo rural e retorno à natureza. Algumas profissões, no entanto, permanecem praticamente intocadas. Essenciais ao dia-a-dia mais singelo, a vida do farmacêutico, do açougueiro, de frentistas no posto de gasolina nos lembram de um mundo analógico, material, urbano, sincopado. Ao lançar um olhar sobre esse cotidiano, somos confrontados com uma cidade que nunca parou. Com uma América Latina que sonha com os avanços trazidos pelas novas tecnologias, mas ainda profundamente marcada por dilemas, problemas e modus vivendis da era industrial e do século 20.
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