
O coletivo Fotofeira Livre reúne grandes nomes da fotografia pernambucana e se propõe como uma ferramenta de economia criativa e de resistência cultural. Os 30 autores de fotolivros e de fotografias – impressas em papéis especiais fineart – têm suas obras expostas à venda, em banca e no varal fotográfico, nas edições bimestrais da feira. Esses eventos vinham acontecendo na área externa do bar Central, localizado na rua Mamede Simões, famoso reduto da boemia cultural recifense. No entanto, com a pandemia da Covid19, as atividades foram suspensas e as vendas passaram a ser feitas através do Instagram, no perfil @fotofeiralivre.
Essa iniciativa da fotojornalista e produtora cultural Ana Araujo visa dar visibilidade à produção fotográfica e promover a geração de renda. A primeira edição da Fotofeira Livre aconteceu em dezembro de 2018 e em 2019, além do bar Central, foram realizadas também edições itinerantes em outros espaços, como feira de livros, feira de artes, Museu Murilo La Grecca e no próprio Pequeno Encontro da Fotografia, em Olinda. A propósito, em um momento tão difícil para todos, a continuidade dessa parceria com o Pequeno Encontro é muito especial porque possibilita, através desse ambiente virtual, a divulgação da produção de fotolivros de autores pernambucanos.
@fotofeiralivre
Veja abaixo a seleção que a Fotofeira Livre preparou para esta edição do Pequeno Encontro da Fotografia.
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As Loiceiras de Tacaratu – A Arte Milenar das Mulheres do Meu Sertão
Ana Araujo
27 x 23 cm | 112 páginas
Este fotolivro é o resultado de 30 anos de pesquisa etnofotográfica, de 1987 a 2017, onde Ana Araujo apresenta a beleza e a resistência da cultura indígena Pankararu, na cerâmica utilitária das mulheres do sertão de Pernambuco. Com o olhar de dentro, de quem é da terra, a autora retratou o cotidiano dessas guerreiras, sabedoras dos mistérios do fogo, da terra, da água e do ar. As fortes e destemidas loiceiras, expressam o sagrado feminino e os conhecimentos ancestrais através da arte de fazer loiças, ou louças, aliada à grande luta pela sobrevivência no Semiárido.
Edição de 2018
Publicação Independente
Abecedário Nordestino, caminho das águas
Dominique Berthé
31,5 x 11 cm | 84 páginas
“Nesta experiência vivenciada por Dominique vemos que antes de tudo trata-se de uma paisagem que não se restringe à ideia de território, espaço, ambiente, natureza, mas encontrou sua plena razão de ser numa experiência fenomenológica, estesia completa em um confronto com todos os sentidos, onde as cores e os cheiros são sensações que permanecem na memória e da qual a fotografia resultante é uma testemunha privilegiada”, comentou Maria do Carmo sobre o trabalho da fotógrafa.
Edição de 2014
Zolu Design








BRINCANTES DA MATA
Roberta Guimarães
25 x 16 cm | 160 páginas
“Brincantes da Mata” é um registro fotográfico e jornalístico que revela o lado inexplorado de quatro personagens da Zona da Mata Norte pernambucana: Mestre Zé Duda, do Maracatu Estrela de Ouro de Aliança; Martelo, do Cavalo-marinho Estrela de Ouro de Condado; Dona Olga, do Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu; e Negão, do Caboclinho Canindé, de Goiana. Todos fazem parte de folguedos consagrados pelo imaginário pernambucano. O projeto, idealizado pela Imago Fotografia, foi aprovado e patrocinado pelo Funcultura, e trás uma caixa com quatro livros, cada um retratando a vida e a arte desses personagens. As fotos ficam por conta de Roberta Guimarães que fez o registro de Martelo, e mais duas fotógrafas convidadas: Rose Gondim, com Dona Olga e Tuca Siqueira, com Negão. Em outro momento, as três fotografam juntas mais um artista, o Zé Duda. Os textos ficam por conta do jornalista André Dib e a pesquisa por Gustavo Vilar.
Edição de 2010
Independente
Itá
iezu kaeru
20,5 × 25 cm | 88 páginas
Em “Itá”, o recifense artista Iezu Kaeru investe sobre a pedra interessado na ancestralidade que ela carrega em sua carnadura concreta. O que outrora foi líquido, matéria maleável, hoje é rocha que condensa a soma dos dias e a sapiência do mundo.
Edição de 2018
Fotô Editorial






Labirinto de Cabras e o Touro de Mármore
iezu kaeru
22 x 30 cm | 72 páginas
Cá nesse labirinto de símbolos que constelam em gravidade vertiginosa, imagens fabulam códigos de acesso ao êxtase enquanto sangram pelos quadrantes de seus cortes abruptos. Lapsos de memória, signos em transição, sensores que farejam o alhures e intuem o devir.
Edição de 2018
Independente
O SAGRADO A PESSOA E O ORIXÁ
Roberta Guimarães
23 x 29 cm | 158 páginas
Livro fotográfico, com texto bilíngüe (português–inglês) que aborda a estética da matriz africana e seu significado para a cultura pernambucana. O livro tem como território o Recife, o grande Recife e a zona da mata. Área geográfica de maior incidência de comunidades de terreiro. O livro trata, através das imagens e do texto, os processos de transformação da pessoa no personagem sagrado, que se caracteriza nos seguintes orixás: Exu, Ogum, Ode ou Oxossi, Omolu, Oxumarê, Nana, Oxum, Iemanjá, Iansã, Xangô, Oxalá. .
Edição de 2013
Independente










OLARIA OCRE
Joelson Gomes, Manoel Dantas Suassuna e Roberta Guimarães
12 x 16 cm | 300 páginas
Uma invençao poética dos artistas Dantas Suassuna, Joelson Gomes e da fotografa Roberta Guimaraes. Uma ocupação. Um invento para interromper a linearidade temporal do cotidiano e conquistar novos espaços de produção de poièses. Estripulias, astúcias milenares, maneira de criar novas ordens e linguagens, diria o historiador Miclhel De Certeau. Estes artistas ocuparam a Olaria do Baixinha- uma olaria comercial na cidade de Tracunhaem, municipio do interior de Pernambuco, e lá instalaram o ateliê Olaria Ocre.
Edição de 2008
Independente
PAISAGEM, arqueologia de uma coleção
Dominique Berthé
31,5 x 11 cm | 84 páginas
“ … Senhora, o seu pequeno enorme livro azul, me ensejou ficar diante do supremo mistério do ornato. Nas diferentes páginas repletas de paisagens que seriam invisíveis a olho nu, sobretudo, depois dos seus cortes fotográficos, se descobre o gesto fatal que vai indicar o rumo aos velhos navegadores diante de suas cartografias. … ” Valores táteis, Francisco Brennand 31/08/2016
Edição de 2015
Zolu Design








Para Levantar as Forças
Cecilia Urioste
14 x 19 cm | 72 páginas
Com incentivo do Funcultura, a artista Cecilia Urioste passou dois anos imersa em um diário pertencente à sua avó, conhecido como “diário de remédios” – onde descrevia com detalhes consultas ao médico, suas dores e os medicamentos que estava tomando. Através da narrativa imagética composta por trabalhos fotográficos, reproduções do diário e de fotos do acervo da família, a artista revela, em meio à objetividade aparente das consultas e remédios presentes no diário, a sutileza de uma dor que não pode ser resolvida em simples prescrições: o luto.
Edição de 2018
Independente
RECIFE
Fred Jordão
26 x 25 cm | 186 páginas
A câmera como uma arma ao contrário que, ao invés de destruir, se relaciona contra o desaparecimento das coisas na paisagem e na memória. “Recife”, de Fred Jordão, é um livro escrito com imagens. São fotografias que atravessam e foram atravessadas por 30 anos de convívio com a cidade, numa relação por essência tensa e difícil, permeada por singelezas e brutalidades, coerências e contradições. Preto e branco, colorido.
Para alguém que não enxergue, o Recife é feito de cheiro de mangue e rio, suor e frutas tropicais. Calor úmido. Som de buzinas, ondas do mar, vendedores, rezadores, frevo e maracatu. Para quem pode enxergar, o seu equivalente visual está nas páginas de “Recife”.
Edição de 2019
CEPE – Companhia Editora de Pernambuco








Verde Concreto
Gil Vicente Xaxas
22 x 26 cm | 64 páginas
O livro propõe uma documentação experimental das árvores e áreas verdes em sua presença original e no resultado das intervenções realizadas pelo homem durante os contínuos processos de urbanização da cidade do Recife. A projeto de pesquisa foi premiado pelo Funcultura em 2015 e têm na sua versão on-line cinco curta metragens em timelapse de árvores históricas da cidade. Veja em: https://gilvicentexaxas.wixsite.com/home/verde-concreto
Previsto para 2021
Independente, financiamento coletivo