Lu Berlese| PR
Primeiro de janeiro. Dois de fevereiro. Nos dias de oferenda, presentes lançados ao mar são espelhos de desejos reais ou imaginários. No dia seguinte, da ressaca dos caprichos alheios, o mar nos devolve traços, rastros e sonhos esquecidos na praia. Este ensaio, de caráter um tanto mais poético do que antropológico, propõe uma reflexão sobre a relação entre o ser humano e o espaço simbólico que a orla marítima representa. A passagem entre areia e mar é o lugar do fluxo das marés e das pessoas, onde o movimento das ondas avança e retrocede diariamente. Metáfora da fluidez, engana-se quem acredita que o mar incondicionalmente tudo leva, sejam más energias ou resíduos abandonados ali. Em Oferenda, o que se vê é um pequeno encantamento que transforma este encontro de traços e rastros, em novos sonhos eternizados na praia.
Litoral Paranaense, 2016/2019
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