“Teu Verbo Insano… em 8 Atos”
por Eduardo Romero (Olinda/PE)
Série de oito fotografias impressas na técnica da Cianotipia que, inspiradas na arte funerária medieval, conhecida como Vanitas, um estilo de pintura de Natureza-Morta carregada de elementos simbólicos como a caveira, frutas apodrecidas, instrumentos musicais, ampulhetas e relógios, ligam a existência ao seu fim. A caveira, imagem que guia este ensaio, é um lembrete da inevitabilidade da morte e da condição de finitude humana. Inspirado no poema “O Amor e o Crânio”, do livro “As Flores do Mal” (1857), de Charles Baudelaire, o Verbo que se torna insano neste ensaio fotográfico é a Vida, condição a que estamos presos e que nos povoa ou se esvai… Cada sujeito ocupa seu lugar no mundo, vulto cheio de Vida ou desprovido dele, mas eterno na imagem fotográfica que determina sua silhueta no tempo-espaço. Vanitas em latim significa Vaidade na existência humana.
Aqui, quatro frases em latim marcam os oito atos eternizados subjetivamente pela fotografia: Vae Mortuis! (Triste de Quem Morre!); Abyssus Abyssum Invocat (Um Abismo Atrai o Outro); Tempus Longum Vitiat Lapidem (Tudo Passa sobre a Terra) e Crudelius est Quam Mori Semper Mortem Timere (Temer a Morte é Morrer Duas Vezes). A Cianotipia é esse azul profundo como a alma que que preenche a silhueta, e que envelhece aquilo que acabou de nascer… Viva a Vida!
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