Marlon de Paula| MG
As imagens desta série são elaboradas por processos de suspensões físicas. A poética do trabalho se constrói a partir de atravessamentos entre a obra “Esculpir o tempo”, de Andrei Tarkovski, e o momento de interrupção e isolamento social e urbano ocasionado pela pandemia de Covid-19. A linha vermelha presente na série atua como uma espécie de fio rizomático que conecta os elementos da paisagem e ilustra um estado simbiótico entre o corpo e o mundo, na sua complexa e frágil teia de conexões. As fotografias da série investigam o congelamento de objetos e suas movimentações, retratando imprevistas situações escultóricas. O flutuar de cadeiras suspensas no ar, um emaranhado de linhas que caem sobre uma bacia a escorrer sobre uma escadaria. Um corpo diante um complexo retilíneo de apartamentos com um emaranhado de linhas que suspendem seu fluxo respiratório. Em “Rizoma” existe a investigação da perenização dos estados de suspensão dos corpos e as fotografias são as únicas testemunhas de um acaso escultórico de um dado momento, efêmero, delicado e irreversível.
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