O Pior é infinito e uma fotografia que serve à resistência
Palestra com Pio Figueiroa – terça (1/9), às 19h30
O mundo sofreu um abalo profundo, ficamos em estado de suspensão. Paramos para conter a pandemia. Nesses dias em que prevalecem a impossibilidade das ruas e do convívio público. O tempo suspenso como se a vida fosse uma superfície fotográfica.

A fotografia também nos olha. Ela nos devolve à utopia. Percebe as ruas pelo tempo da história. O instante impregnado de gritos e protestos de outrora nos lança a entendimentos ainda mais duradouros. A pausa abrupta e o estado de suspensão provocado pelo isolamento social nos faz fotografia.

Daqui de uma margem utópica, entendo que no Brasil o pior é infinito, mas manifesto a ideia de que, com uma fotografia, não se pode dizer tudo, mas haverá sempre a possibilidade de tudo ser dito novamente. Suspensos como se fotografia fôssemos, transbordaremos. E, um dia, olharemos para elas com a mais fundamental certeza de que isso tudo não se repetirá.
