
O Pior é infinito e uma fotografia que serve à resistência
Palestra de Pio Figueiroa
19h30 no YouTube e no Facebook
O mundo sofreu um abalo profundo, ficamos em estado de suspensão. Paramos para
conter a pandemia. Nesses dias em que prevalecem a impossibilidade das ruas e do
convívio público. O tempo suspenso como se a vida fosse uma superfície fotográfica.
A fotografia também nos olha. Ela nos devolve à utopia. Percebe as ruas pelo tempo da
história. O instante impregnado de gritos e protestos de outrora nos lança a
entendimentos ainda mais duradouros. A pausa abrupta e o estado de suspensão
provocado pelo isolamento social nos faz fotografia.
Daqui de uma margem utópica, entendo que no Brasil o pior é infinito, mas manifesto a
ideia de que, com uma fotografia, não se pode dizer tudo, mas haverá sempre a
possibilidade de tudo ser dito novamente. Suspensos como se fotografia fôssemos,
transbordaremos. E, um dia, olharemos para elas com a mais fundamental certeza de que
isso tudo não se repetirá.