espaço da pesquisa – painel “Dispositivo fotográfico, racismo e mulheres na Fotografia”

A programação da 8ª edição do Pequeno Encontro da Fotografia acontece de maneira exclusivamente virtual na segunda (1º de agosto) e terça-feira (2 de agosto), no formato que chamamos de Pequeno em Casa.

Pela manhã, das 10h às 12h, ocorrem as transmissões ao vivo do Espaço da Pesquisa, com a apresentação de trabalhos selecionados pela pesquisadora Julianna Torezani (BA). O tema do painel 2, transmitido na segunda-feira (1º de agosto), é “Dispositivo fotográfico, racismo e mulheres na Fotografia”.

Os textos já podem ser lidos aqui pelo site e há um momento dedicado às perguntas do público durante a transmissão.

segunda (1º de agosto) | painel 1

Dispositivo fotográfico, racismo e mulheres na Fotografia

No registro da gira e do transe, o corpo que reivindica o espaço é o dispositivo ou o observador? – Nathalia Mattos Werneck e Flaviano Silva Quaresma | UFRJ e UERJ

Este artigo tem por objetivo tentar responder a novos questionamentos a respeito do dispositivo fotográfico (AGAMBEN, 2009) e suas “afetações” (ESPINOSA apud DELEUZE, 2008), tanto em relação ao observador (CRARY, 2012) quanto à própria imagem produzida por ele. Além de retomar “entre a gira e o transe, que corpo reivindica o espaço?”, questionamos ainda se no registro fotográfico da gira e do transe, esse corpo é o “dispositivo” e/ou o “observador”. Entende-se que nessa relação de poder e de saber, mesmo havendo uma prevalência do poder e saber impostos pelo dispositivo, há também uma negociação contínua entre observador e dispositivo.

Palavras-chave: Dispositivo. Fotografia. Observador. Afeto. Umbanda.

Representações racistas nos algoritmos dos filtros dos aplicativos de redes sociais – Elysangela Freitas  | PUCRS

O presente trabalho tem por objetivo refletir como os algoritmos dos filtros de fotografia e vídeo utilizados por aplicativos que produzem e/ou compartilham imagens perpetuam representações racistas. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, que teve como métodos de procedimentos a investigação bibliográfica e a análise documental. Os principais referenciais teóricos utilizados foram os conceitos de racismo estrutural, racismo e sistema algorítmico, como também a análise das tecnologias de tratamento de imagem, a definição de selfie e os filtros. Não há como se falar em combate ao racismo na contemporaneidade, um dos pilares básicos dos direitos humanos, sem que haja o enfrentamento das questões referentes aos sistemas que perpetuam preconceitos por meio das tecnologias digitais em processamento de imagens. Somente a partir desse enfrentamento é possível buscar caminhos de transformação efetiva com iniciativas e experiências sociais concretas, as quais promovam modos mais justos de viver e conviver, que promovam a equidade e a diversidade humana existente no planeta.

Palavras-chave: Racismo. Fotografia. Algoritmo. Aplicativos. Redes sociais.

Telma Saraiva – Elizabeth de Carvalho e Flora Assumpção | UFPE

Trata-se de uma reflexão, utilizando a metodologia analógica, sobre o fazer criativo da fotógrafa Telma Saraiva, que teve uma profícua produção fotográfica na cidade do Crato, região do Cariri, Ceará, e se tornou notória por uma série de autorretratos fantasiada de personagens de filmes hollywoodianos, utilizando a técnica de fotopintura de uma forma peculiar. Aborda-se, ainda, as condições que levaram Telma Saraiva a se tornar fotógrafa fazendo-se um cotejo com a pesquisa da Professora Isabella Anchieta, que resultou na trilogia “Imagens da Mulher no Ocidente Moderno: Bruxas e Tupinambás Canibais; Maria e Maria Madalena e Stars de Hollywood” e o ensaio “Por que não houve grandes mulheres artistas”, da historiadora estadunidense Linda Nochlin.

Palavras-chave: Fotopintura. Telma Saraiva. Crato. Linguagem Visual. Processo Criativo.

Corpo censurado: a representação da mulher velha na fotografia contemporânea – Emanuelle Cristina Rigoni | UFPE

Este artigo propõe investigar a visualidade da mulher velha na fotografia contemporânea, partindo de uma perspectiva social e histórica. O texto aborda questões da representação do envelhecimento feminino na história da arte, tomando como exemplos obras de arte e do século XIX e fotografias do final do século XX. Trata-se de uma análise introdutória sobre como pensamos, vemos e representamos a mulher velha sob influência de uma sociedade imagética. A partir daí, refletir como as imagens induzem nossa percepção sobre a mulher velha e como elas conduzem comportamentos sobre a própria aparência.

Palavras-chave: Invisibilidade feminina. Experiência estética. Velhice feminina. Fotografia.
Representação social.

Mar de Rosas – Kallynny Bione | UNICAP

Se as mulheres fossem retratadas de forma visceral e real, sem repressão a qualquer ponto de vista, será que estariam mais preparadas para maternidade? O presente trabalho tem o objetivo de trazer luz a forma estética e visual de como a maternidade é abordada nos motores de busca, redes sociais, mídia e publicidade. Também tem o intuito de revelar o cenário real de uma das fases mais vulneráveis da mulher, embasado em levantamento de dados e reportagens; correlacionado autorretratos com motores de buscas e propagandas. Acredito que a arte e fotografia são instrumentos poderosos para quebrar esse paradigma estético e cultural.

Palavras-chave: Maternidade. Mulher. Estética e visual. Mídia. Arte e fotografia.

| Confira outros trabalhos no Espaço da Pesquisa da 8ª edição do Pequeno Encontro da Fotografia |